Bairros

Origem dos Bairros do Município de Aiuruoca

Em 1692, um grupo de sertanistas, juntamente com o bandeirante Padre João de Faria Fialho, organizaram uma jornada ao Alto Sapucahy e Rio Grande em busca de ouro, cuja descoberta foi descrita no documento “Roteiro das minas do ouro que descobriu o rev-mo. Vigário João de Faria em seus parentes e do mais que tem em sy os campos”, de Bento Pereira de Souza Coutinho, enviado ao Governador Geral do Brasil, D. João de Lancastro, em 29 de julho de 1694, onde relatou:

“..Das campinas da Amantiquira, cinco dias de jornada, correndo para o norte, estrada também geral do sertão, fica a serra da Boa Vista, d’onde começam os campos geraes até confinar com os da Bahia: e da Serra da Boa Vista até o Rio Grande são 15 dias de jornada cujas cabeceiras nascem NA SERRA DA JURUOCA, defrente dos quaes serros até o rio do Guanhanhães..” “..Toda essa planície com cascalho formado de safiras e de frente aos mesmos SERRO DA JURUOCA..”

Complementando a narrativa, ainda temos do livro “Primeiros descobridores das minas do ouro na Capitania de Minas Gerais”, do Cel. Bento Furtado de Mendonça, o seguinte: “Assim se denominou um descobrimento, ao sul das minas, por alusão a um penedo cheio de orifícios, em que se aninhavam e se reproduziam os papagaios”.

Complementando a narrativa, ainda temos do livro “Primeiros descobridores das minas do ouro na Capitania de Minas Gerais”, do Cel. Bento Furtado de Mendonça, o seguinte: “Assim se denominou um descobrimento, ao sul das minas, por alusão a um penedo cheio de orifícios, em que se aninhavam e se reproduziam os papagaios”

João de Siqueira Afonso, bandeirante de Taubaté/SP, um dos temidos desertores das Minas do Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, descobridor das minas do Sumidouro em 1702, as de Piranga/MG em 1704, fundador da cidade de Tiradentes em 1705, impulsionado pela sua ambição, seguiu pelo roteiro do “Rio Grande” até a Serra do Papagaio, onde, em 1706, descobriu as minas de Aiuruoca. Desta forma, assim foram efetivamente ocupadas às terras que, em 1692, foram descobertas pelo Padre João de Faria Fialho. Vê-se pelo exposto que, antes da descoberta do Ribeirão do Carmo, hoje cidade de Mariana (1696), da cidade de Ouro Preto (1698), da criação da Capitania Independente de Minas (1720), da fundação da Cidade de Campanha (1737), o nome Aiuruoca ecoava como o voo do Papagaio Ajuru pela história de Minas Gerais.

Nesta contextualização histórica, que estão inseridos os bairros do Munícipio de Aiuruoca.

O início da povoação deu-se na região norte do Munícipio, no lugar denominado Freguesia Velha, na margem direita do Rio Aiuruoca, hoje, estrada sentido Fazenda 4M, a 1 km abaixo do atual centro. Lá, entre os anos de 1692-1698, ergueu-se a primitiva Capela de Nossa Senhora da Conceição de Aiuruoca e o respectivo Arraial. Naquela porção territorial, foram doadas as primeiras sesmarias, sendo, uma delas, datada do ano de 1700. Estas sesmarias foram as responsáveis pelo florescimento das primeiras fazendas de Aiuruoca, que, com o passar dos séculos, deram origem ao atual perímetro urbano e aos demais bairros da região norte: Ponte Alta, Angaí Pequeno, Pinhal, Furnas de Cima, Furnas de Baixo, Coqueiros, Portão, Coivaras, Pedros, etc.

A região sul, surge em início de 1720, ali florescendo o segundo núcleo populacional do Município, a Guapiara – do tupi-guarani “ouro na serra” ou ainda “caminho para a enseada”, através da junção dos termos kûá (“enseada”) e piara (“caminho para”), local para onde afluíram os primeiros garimpeiros, principais povoadores daquela região. Na Guapiara, em 1730, foi erigida a Capela de Santana, pela família Rego Barros, oriundos de Pernambuco, tendo como seu mais importante membro, o Sargento-mor Francisco do Rego Barros, nascido, em 1686, em Pernambuco e falecido em 1745 em sua fazenda da Guapiara. Os moradores da região sul, foram os responsáveis pela povoação da Cidade de Alagoa, efetivamente fundada por Simão da Cunha Gago, conforme reza a lenda.

Foi com o passar dos séculos e também com o desmembramento da Fazenda da Guapiara, que surgiram a atuais bairros da Pedra, Matutu, Cangalha, Tamanduá, Nogueiras, Campina etc.

Hoje, o Munícipio possui 22 bairros rurais espalhados pelos seus 650,1 km², detentores de uma cultura genuína, expressa por suas festas tradicionais, sua gastronomia, sua religiosidade e o os seus moradores, pessoas de hábitos simples, trabalhadores rurais, fazendeiros e camponeses, que sempre têm uma história boa para contar.

Conheças os nossos bairros clicando aqui.